Formações



Formação do Luz do Saber


Ministrada por Lauréti Mascarin

Local:  EAPE - Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação
            SAGS 907 - Laboratório de Informática - Brasília/DF

Data: 02 de dezembro de 2012, domingo, das 9h30 às 16h30.

Presentes:
  1. Ana Cristina Castro Borges
  2. Auricélio Timbó
  3. Elza Maria Lasse
  4. Gildeane Guilherme de Araújo
  5. Ingridi P. Guedes
  6. João Roberto Vieira
  7. Lauréti Lopes Mascarin
  8. Livia Otho Caldas
  9. Lúcia S. de Almeida Silva
  10. Márcio Alves Santiago
  11. Maria de Fátima Nobre
  12. Maria Gorete Ferreira Barros
  13. Maria Ivete de Queiróz
  14. Paulo de Tarso Akel Lima
  15. Rafaela Fortes Lima da Silva
  16. Rodrigo Rodrigues Garcia
  17. Suiá Gomes da Silva
  18. Tainara Lins Bastos Bonfin
  19. Tereza Moreira
  20. Yolanda Neves Castro
 

Objetivo: conhecer e manejar o software Luz do Saber, elemento fundamental no processo de alfabetização com inclusão digital de jovens, adultos e idosos desenvolvido pela União do Vegetal por meio da Casa da União.
A formação contou com a participação de pessoas dos núcleos Canário Verde, Luz do Oriente, Gaspar e Estrela Matutina. Na abertura houve uma dinâmica de apresentação. As pessoas foram encorajadas a criar coletivamente uma pequena estória e a inserir seu nome como personagens em interação com as demais.

Pauta:
Lauréti contextualizou o Luz do Saber, sua origem e evolução;
Tereza falou sobre a importância dessa formação na estratégia de implantação do Luz do Saber no Distrito Federal.
João Roberto deu instruções sobre o local e procedimentos necessários para a formação no laboratório de informática da EAPE.






Parte introdutória:  mais voltada para as questões conceituais, teve como conteúdos:
ü  Rápida apresentação de aquisição da língua escrita segundo Emília Ferreiro
ü  Teóricos que fundamentam a prática pedagógica
ü  A proposta de alfabetização de Paulo Freire
ü  Apresentação da proposta filosófica do software Luz do Saber
Em seguida, a turma foi convidada a conhecer o ambiente alfabetizador, adentrando o software e suas múltiplas funcionalidades, conhecendo e explorando item por item do menu:
ü  Cadastramento
ü  Planejando com o módulo "começar",
ü  Construção do crachá e atividades
ü  Vivenciando e planejando o módulo "escrever"
ü  Vivenciando e planejando o módulo "ler"
ü  Manual pedagógico
ü  A importância das atividades de lápis e papel na mesa alfabetizadora
ü  Uso da música e do karaokê
ü  Edição de imagens
ü  Edição de jornal e gibis
Lauréti deixou algumas atividades práticas para o grupo como tarefa de casa até a próxima formação, prevista para fevereiro de 2013: preparar aulas e fazer jornais e gibis.






Questões adicionais que foram debatidas:

O Luz do Saber necessita um local para suas formações, em que haja internet e o programa esteja instalado e testado.
Preferencialmente agendar formações de dois dias e fora de proximidade de sessões, para que o grupo tenha mais condições físicas de absorver o conteúdo.
Há necessidade de aprofundar com os formadores as questões referentes a categorias fonéticas, famílias silábicas, formação de palavras, com diferentes níveis de complexidade para atuação em sala de aula, conhecimento sobre as palavras geradoras locais etc.
Estudar com equipes que já possuem maior familiaridade com o Luz do Saber (Ceará, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul) como definir padrões de avaliação de desempenho dos alunos.
A data da nova formação será definida e compartilhada com as pessoas que participaram desta e terá um caráter de aprofundamento.
Haverá uma visita ao laboratório do Luz do Saber  em Goiânia, em data também a ser definida posteriormente, para a qual tod@s estão convidad@s.





Encontro Cartas Pedagógicas  14/04/2013


Encontro no Ninho dos Artistas, do qual participaram 20 pessoas, entre amig@s do Luz do Saber e educadoras do Centro Paulo Freire (Cepafre) . A formação, conduzida pelo William Bonfim, da Recid, foi bem criativa, puxando a criatividade de dentro de cada um e cada uma de nós. Tivemos uma introdução ao tema das cartas pedagógicas e conseguimos fazer trocas significativas, em grupos, de forma bastante lúdica.







Cartas elaboradas pelos educadores:




Encontro CEPAFRE 16/03/2013

contato com Madalena, no Cepafre, transformou-se numa aula cheia de energia. Saímos de lá transbordantes e repletos de esperança. Aprendemos muito com ela, principalmente com seu jeito simples e perceptivo de tocar nos pontos necessários.

Avaliação: ela nos informou que o Programa Brasil Alfabetizado possui testes de "entrada" e de "saída". Eles são muito extensos e podem ser aplicados como "exercícios de aprendizagem", que duram uma semana. É importante não tratar o assunto como "prova" ou "avaliação". 

O Cepafre possui outro modelo, que é uma síntese do tipo de teste que as escolas da Ceilândia utilizampara selecionar os alunos conforme a sua aptidão para frequentar os diversos segmentos da EJA:
1o. segmento: 1a a 4a série. (nosso caso)
2o. segmento: 5a. a 8a série.
3o. segmento: Ensino Médio
Ela vai nos enviar por email o modelo que o Cepafre segue.

Planejamento das aulas - Madalena nos deu muitas dicas de como aplicar essas avaliações, falou a importância de trabalharmos de forma contextualizada com as datas importantes que estiverem próximas da data da avaliação ou com os temas que estivermos trabalhando. Por exemplo: Dia do Bem, Dia do Trabalhador, Dia da Mentira (explorando os ditos populares sobre o tema), Dia Internacional da Mulher, aniversário da cidade, enfim... 

Rodrigo falou que neste momento, no software Luz do Saber, os alunos estão trabalhando a palavra geradora Terra e das múltiplas significações dessa palavra: terra como solo, Terra como planeta que habitamos, terra como lugar ou cidade de origem. Falou também da dificuldade que alguns alunos apresentam para escrever bilhetes, cartas, etc. Embora tenham capacidade para isso, apresentam um bloqueio emocional que os impede de se expressarem. 

Madalena disse que isso deve ser tratado com muita delicadeza, simplicidade e pelo próprio exemplo do educador. Sugeriu que o Rodrigo deixe bilhetes bem simples, escritos em letras grandes, pregados na parede da sala de aula. Ou peça que os alunos que estão frequentando entreguem bilhetes do professor para os que estão faltando. Depois trabalhar com eles uma aula sobre a carta e o trabalho do carteiro. Isso pode se articulado com a palavra geradora Terra e dar uma ótima conversa sobre a necessidade da existência do carteiro quando as pessoas moram longe umas das outras, pois o carteiro é um "leva e traz" de notícias... Pode-se usar vídeos de curta duração ou filmes para explicitar essa relação. Por exemplo: Narradores de Javé ou Central do Brasil, que tratam deste tema. Enfim, apontou muitas possibilidades, enfatizando a necessidade de desmistificarmos a expressão escrita. Pensamos em convidar o Tarcísio pra contar suas estórias como carteiro.

Dia do Bem pode ser bem trabalhado com os alunos por meio de impressos que são distribuídos em postos de saúde sobre DST ou alcoolismo ou abuso de drogas

Pontos enfatizados por ela 
1. As atividades devem ser pensadas com uma intencionalidade e estarem ligadas ao tema central trabalhado no dia. Se os alunos veem um filme, por exemplo, ao final ou nos dias seguintes eles precisam apresentar algum produto sobre aquilo que viram. Não é aconselhável deixar as atividades soltas, sem um fio que as conduza a determinado objetivo. Por isso a importância de um bom planejamento das aulas.

2. Registro das falas dos alunos e valorização do que eles produzem. Exemplo: fala de um aluno que se transformou em frase usada pelo boletim do Ninho dos Artistas. Isso foi muito positivo.Essas falas vão auxiliar muito o trabalho de sistematização da nossa experiência. A boa sistematização auxilia na boa avaliação e a boa avaliação permite seguir em frente com mais qualidade.

3. Ter pessoas que estudam Pedagogia ou educadores interessados no Luz do Saber para frequentarem as aulas e fazerem um aprendizado prático da metodologia - para posteriormente começarem a trabalhar.Pensamos, Lauréti, nessas meninas que estão estudando Pedagogia e que podem aprender na prática como se faz o Luz do Saber. Como podemos fazer para mobilizá-las?

Matemática - Madalena enfatizou a necessidade de reforçarmos a Matemática. Os alunos adoram, pois têm muita necessidade. Ela se propôs a auxiliar nisso. Importante termos em mãos folhetos de supermercados ou lojas de eletrodomésticos. Também pode ser trabalhada a "história do tempo" (João Marcelo tem um livro interessante sobre isso), que explique a origem do calendário e as curiosidades sobre os meses, fazendo relação com a dezena e a dúzia. Enfim, há muitas possibilidades para se trabalhar com as quatro operações (adição, subtração, divisão e multiplicação).

Disse também que será muito importante ter mais gente registrando o que está sendo produzido (em vídeo, escrita, foto), pois somos muito criativos e isso vai auxiliar muito na sistematização da nossa experiência e pode auxiliar muita gente. Disse, por exemplo, que aprendeu com a gente quando esteve em Águas Lindas, pois achou muito interessante aquela mística de início do encontro: momento em que cada participante pegou um crachá dos alunos que frequentam o curso, desejando a eles uma boa aprendizagem. Ela adotou essa mística nos encontros que realiza.

Convites
1. Próxima formação - Sílvia convidou Madalena e alguns educadores do Cepafre para participarem de uma formação que teremos em 14 de abril (data sujeita a confirmação) uma formação sobre as cartas pedagógicas de Paulo Freire (uma forma criativa e poética de fazer relatórios sobre aprendizagem desenvolvida). Quem vai dar a oficina de dia inteiro é o William, da RECID, da Presidência República. Maria Madalena aceitou o convite.

2. Dia do Bem - Madalena disse que participará à tarde. 

3. Madalena nos convidou para participarmos de aulas nas escolas da Ceilândia onde o Cepafre atua. Disse que é interessante ter, no máximo, duas pessoas por sala. Convidou também para participarmos de um dia de formação de educadores.


Formação 28/10/2012



Profª Maria Madalena Torres mostrando um exemplo de palavra geradora


Palavras geradoras. Um ponto chave no processo de alfabetização é a descoberta das palavras geradoras do local onde as pessoas vivem. Mesmo trabalhando com o software, que já possui palavras geradoras, é possível para o monitor ou a equipe de monitores criar aulas com base na realidade de cada aluno. A Professora Maria Madalena citou três critérios para a definição das palavras geradoras: (a) a palavra tem que ter força na comunidade (em geral é a que aparece com mais frequência na fala das pessoas); (b) a palavra não pode ser abstrata; ela precisa ser concreta para que seja possível representá-la em forma de desenho; (c) o conjunto das palavras geradoras deve abranger a escala de dificuldades linguísticas. O levantamento de palavras geradoras pode ser feito em rodas de conversas, com um gravador, sem que as pessoas percebam que sua fala está sendo registrada. Dessa forma, elas ficarão à vontade. As perguntas são bem simples: a) o que você mais gosta na sua cidade? b) o que você não gosta em sua cidade? c) se pudesse mudar algo em sua cidade, o que mudaria? A partir desse levantamento, a equipe garimpa famílias de palavras, categoriza essas palavras pelo grau de dificuldade linguística e faz o planejamento das aulas começando pelas palavras mais simples.
2. Continuidade do trabalho de formação. É preciso preparar as pessoas para que deem continuidade aos estudos e garantir que elas tenham opções de ingresso no ensino formal. Por isso, a importância da avaliação, que deve ocorrer durante o processo de alfabetização, começando de formas simples até provas finais, que devem estar no mesmo nível das provas que elas enfrentarão nas escolas públicas.
3. Número máximo de alunos por turma. Existe uma resolução do MEC (vou pesquisar qual é) que normatiza o número máximo de alunos por turma, que deve ser de 20 pessoas no caso dos cursos de alfabetização. É importante cuidar disso, para que não haja turmas muito grandes, o que diminui o aproveitamento do aluno e dificulta o trabalho do professor.
4. Importância do acolhimento dos alunos. Nas turmas de alfabetização de adultos é comum a pessoa chegar cansada do trabalho ou estar chateada no fim do dia. Os monitores devem fazer um acolhimento inicial para trazer-lhes mais conforto: uma brincadeira, uma dinâmica, uma roda de conversa são super importantes para trazer a pessoa para o ambiente da sala de aula. Depois do acolhimento e da introdução ao tema do dia é que se passa ao ambiente da mesa alfabetizadora. Só depois as pessoas devem ir para o computador. A interação entre as pessoas é essencial. Por isso, a importância de colocar juntas as pessoas que estão mais adiantadas e aquelas que sentem mais dificuldades. Um elemento importante é instituir as palmas pelas conquistas obtidas pelos alunos em sala de aula. Outra coisa é fazer o levantamento dos ditos populares que são positivos pra contrapor aos ditos negativos que às vezes os alunos soltam em sala de aula como forma de autodepreciação. A elevação da autoestima dos alunos é condição essencial para o êxito do trabalho de alfabetização. Outro elemento importante é que a própria turma faça a autoavaliação dos progressos alcançados. Todos esses elementos trazem confiança de que estão progredindo. O trabalho de sondagem da situação de vida de cada aluno deve ser feita com muito cuidado, pois às vezes o educador pode não dar conta das situações que se apresentam e não ter a formação técnica adequada para lidar com elas. Neste caso, convém encaminhar a pessoa a profissionais habilitados.
5. Tudo que é trabalhado no nível do concreto deve ser também trabalhado no nível do abstrato e vice-versa. É assim que as pessoas conseguem traduzir sua vida cotidiana em conhecimento aproveitável. A dimensão política de sua vida, da sua capacidade de transformar o meio em que vivem, de reconhecer-se como sujeitos de direitos também deve ser bastante trabalhada nas rodas de conversa. E coisas que surgem como possibilidades - a criação de uma horta, a limpeza da rua - podem se converter em motivo para as aulas e em ação social da equipe de estudantes no sentido da transformação de sua realidade.
6. Ambiente de sala de aula. É importante enriquecer ainda mais o ambiente do laboratório com palavras, com cartazes, com "vendinha", onde as pessoas possam simular compras, etc. Ter também à disposição moedas, folhetos promocionais de supermercados, almanaques que contam a história das coisas, dicionário onde podem procurar palavras desconhecidas ao seu vocabulário, fazer visitas à Casa da Moeda, arranjar um ábaco e outros instrumentos que facilitem a aprendizagem de matemática.
7. Importância da autoformação dos monitores. Da mesma forma que os alunos estão aprendendo, o monitor ou equipe de monitoria deve fazer um trabalho constante de aprimoramento de sua formação. Ler, estudar, especialmente Paulo Freire, que é o educador cujo método é usado no Luz do Saber. Existe uma diferença grande entre dizer que usa o método Paulo Freire e de fato aplicá-lo na prática. A equipe precisa se dispor a participar de formações periódicas e participar de fóruns de educadores de jovens e adultos. Sugestão de lermos o 3o. capítulo do livro "A pedagogia do oprimido", que trata das palavras geradoras.
8. a avaliação periódica da equipe de monitores é fundamental para próximas etapas do trabalho. 9. Sobre a presença de crianças em sala de aula. Em alguns casos se opta por ter um monitor para cuidar especificamente das crianças, preparando um outro ambiente para elas, onde possam fazer colagens e pinturas, ver filmes infantis, ler gibis, revistas ou livros. Existe um box com mais de cem livros infantis que o FNDE está doando. Maria Madalena vai ver se consegue um desses pro Laboratório de Águas Lindas. Em outros casos, o jeito é conversar com as mães e pedir que só venham crianças de colo. Em geral quando se dá um limite, as pessoas acatam, pois nas escolas convencionais as crianças não entram. Encaminhamentos: (a) durante a conversa surgiu o interesse de alguns de nós de conhecermos o Centro Paulo Freire e o trabalho de formação que as pessoas de lá fazem; (b) precisamos ter dicionários à mão para que os alunos possam consultá-los; (c) quem tiver almanaque em casa, com textos simples e curtos sobre a história das coisas, serão bem vindos; (d) Maria Madalena sugeriu que cada aluno tenha o alfabeto colado em seu caderno; (e) precisamos fazer mais cartazes com famílias silábicas para cada palavra geradora trabalhada; (f) vou procurar no MEC/EJA a coleção do Grupo Veredas, de livros destinados a jovens e adultos; (g) uma opção para trabalhar questões psicológicas dos estudantes é convidar o grupo do MISMEC, de terapia comunitária, para visitar o Ninho e fazer uma palestra; (h) Maria Madalena ficou de disponibilizar um DVD sobre questões relacionadas ao corpo humano; (i) Ela também se dispôs a fornecer 25 kits de materiais para os alunos, produzidos com o patrocínio da Fundação Banco do Brasil.


 Acolhimento ao som do "ABC do Sertão" de Luiz Gonzaga












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